14 de junho de 2011

AFINAL DE CONTAS, O BRASILEIRO RECLAMA DE QUÊ?!

Sempre comentei e comento sobre este tipo de questões com meus alunos em sala de aula - desde as primeiras, já há mais de vinte anos. Portanto, muitos dos meus alunos vão ler nestas linhas o que escutavam ou escutam em sala de aula.

Mas, um assunto destes, nunca é demais repetir. Este texto está circulando - sem algumas alterações e adaptações feitas aqui por mim - pela internet e resolvi publicá-lo aqui, para divulgação, circulação e reflexão, e também como uma certa redenção do sentimento frequente de que eu falo disto sozinho:


Tá Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arrruda? do Sarney? do Collor? do Renan? do Palocci? do Delubio? Da Roseana Sarney? Do Cabral? Do Alckmin? Dos politicos distritais de Brasilia? do Jucá? do Kassab? dos mais de 300 picaretas do Congresso? Do Executivo, do Legislativo e do Judiciário? Dos fiscais de todos os tipos?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

O Brasileiro, em geral, no dia-a-dia, é assim:

1.Coloca nome em trabalho que não fez.

2.Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.

3.Paga para alguém fazer seus trabalhos.

4.Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

5.Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

6.Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

7.Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura. E depois da eleiçõa, sequer se lembra em quem votou.

8.Fala no celular enquanto dirige.

9.Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) e para cuidar de assuntos pessoais, mesmo estando diante de seu telefone celular, pois, assim, não gasta nada. E com a conta de e-mail corporativo faz o mesmo.

10.Trafega pela direita nos acostamentos, num congestionamento.

11.Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas, padarias, e outros estabelecimentos comercias. Muitas vezes para até no meio da rua, literalmente.

12.Viola a lei do silêncio, as leis de trânsito, as leis penais, as leis trabalhistas, dentre outras.

13.Dirige após consumir bebida alcoólica.

14.Fura filas nos bancos, de cinema, de shows, de teatros, de supermercado, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

15.Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.

16.Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

17.Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.

18.Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

19.Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.

20.Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

21.Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

22.Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

23.Estaciona em vagas exclusivas para deficientes ou idosos, mesmo sendo jovem e não portando nenhuma deficiência.

24.Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

25.Compra produtos piratas ou contrabandeados, com a plena consciência de que o são.

26.Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

27.Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

28.Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

29.Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

30.Leva das empresas onde trabalha pequenos objetos, como: clipes, envelopes, canetas, lápis, papel, dentre outros, como se isso não fosse furto.

31.Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

32.Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

33.Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

34.Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

35.Recebe salários “por fora” ou através de empresas fajutas, para pagar menos imposto de renda.

36.Acredita que quando os outros violam as regras são bandidos, mas quando ele próprio as viola trata-se de esperteza e inteligência.

E a lista poderia ser completada com uma infinidade de absurdos, dos mais variados graus, que assistimos passiva e incolumemente todos os dias.

E o brasileiro ainda quer que os políticos sejam honestos?! Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas?!

Brasileiro reclama de quê, afinal? Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não? E é a mais pura verdade, isso que é o pior!

Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!

Vamos dar o bom exemplo! Sejamos o agente de nossa prórpia transformação, e não apenas uma ferramenta mecânica que só pensa e só quer ser uma conta bancária com dinheiro, na vã esperança de que este lhe permitirá tudo, inclusive a impunidade.
Afinal, quem estaria pronto para viver no país educado, civilizado, com políticos competentes e honestos, que todos desejam e reclamam ausência? Você?

Espalhe essa idéia!

"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos...."

3 de maio de 2011

CAMPANHA IT GETS BETTER

Pesquisando um pouco mais sobre a campanha It Gets Better, que a gente TEM de algum modo ecoar por estas terras preconceituosas daqui, encontrei mais estas mensagens. No Brasil, desde há muito, o Poder Público e a sociedade em geral (com honrosas e dignas exceções!) pararam por completo de realizar campanhas intensivas e explícitas de educação em relação à AIDS e outras doenças crônicas, em relação ao preconeito, em relação à participação política, ao respeito aos direitos humanos e àds diferenças, e decidiram acompanhar impávidos e em berço explêndido a barbárie acontecer, precisamos começar a tomar atitudes sérias para voltar a educar nossa sociedade, nos mais elementares quesitos. Estão aí algumas sugestões, dentre tantas, de exemplos positivos que podemos copiar, ao invés de, por exemplo, copiar o argumento de que é um direito fundamental do cidadão se armar e defender à bala sua propriedade e sua família:






FANTÁSTICO, PIXAR!! IT GETS BETTER!



Compartilho com vocês um vídeo, produzido pela Pixar, e postado no blog 5.ª Diversidade, para auxiliar e apoiar adolescentes homossexuais. Com depoimentos chocantes, de pessoas reais, o vídeo é mais uma forte mensagem de alerta e de combate contra o preconceito e a discriminação, principalmente numa fase da vida em que tudo parece "incerto". Além disso, é uma bela mensagem de apoio, de esperança e de carinho, além de ser a prova de que é possível sim, com ações individuais (mesmo que praticadas por uma "pessoa jurídica"), ensinar a compreensão e a igualdade e lutar contra o preconceito. Reproduzo também o texto que aompanha o post do 5.ª Diversidade:
"A famosa produtora de filmes Pixar, responsável por diversos clássicos do cinema moderno (tipo Toy Story e Nemo, se você é de Marte e não sabe do que estamos falando), publicou um vídeo com depoimentos de seus funcionários homossexuais. A postagem serve de apoio para evitar que adolescentes homossexuais tentem cometer suicídio.
Com a trágica onda de suicídios entre adolescentes homossexuais que atingiu os Estados Unidos, o bullying homofóbico é o novo alvo das pessoas de bem. Mas parece que um dos focos principais é fazer com que os adolescentes percebam que não é errado ser homossexual e que as pessoas devem se aceitar que uma hora tudo vai melhorar. E vale a pena aguentar um pouco antes que tudo melhore.
A campanha It Gets Better (algo como "Vai Ficar Melhor") procura mostrar aos adolescentes que eles devem dar mais atenção ao seu futuro e à exemplos de gays bem sucedidos, do que aos preconceituosos valentões da escola ou da rua.
Justin Aaber, Billy Lucas, Cody Barker, Asher Brown, Seth Walsh, Raymond Chase e Tyler Clementi são alguns dos nomes de jovens adolescentes que não aguentaram a pressão de colegas ignorantes. Exemplos trágicos de uma moda que deve sair o mais rápido possível dos armários.
Diversas entidades e pessoas famosas participam da campanha. Desde o presidente americano Obama (você pode ver o vídeo no final do artigo), até anônimos da internet, a campanha já passa de 5 mil vídeos e 15 milhões de visualizações. A Pixar é uma das últimas grandes adições a essa lista, que já inclui celebridades como Justin Bieber, atores de Glee, Brothers and Sisters e por aí vai.
Resumidamente, o vídeo apresenta funcionários gays do brilhante estúdio, que contam o tanto que sofreram e como tudo melhorou depois que eles se encontraram na vida pessoal. Por mais que tudo pareça perdido e que você nunca vá encontrar pessoas que te aceitam, isso muda, tudo fica melhor.
Eles contam como sobreviveram à parte ruim e contam como é a parte boa. Provam que é possível ser feliz e viver uma vida completamente normal, independente da sua orientação sexual. Infelizmente o mundo todo ainda não entendeu, mas existem muitos lugares que não são como a sua escola ou a sua família, lugares em que você pode ser você mesmo, conhecer pessoas novas que te aceitam e te amam.
(...)
Alguns dados apresentados pela It Gets Better são alarmantes. Nove entre dez estudantes homossexuais já sofreram algum tipo de agressão na escola. Estudantes GLBT são assediados duas ou três vezes mais do que estudantes comuns. Mais de um terço dos jovens homossexuais já tentou suicídio. Eles tem quatro vezes mais probabilidade de tentar suicídio, e em famílias que não aceitam a sexualidade do jovem essa taxa dobra."

8 de abril de 2011

Breve comentário sobre um desdobramento do Massacre de Realengo

Estava assistindo a uma reportagem do JN, que falava da necessidade de apoio psicológico às crianças sobreviventes do massacre de Realengo, em função do trauma; que este tipo de episódio cria os mesmos impactos de uma situação de guerra, etc. Tudo isto está certo! Temos de cuidar das crianças que testemunharam a esta tragédia, temos de cuidar das famílias. Principalmente, temos de começar a fazer isto parando de exibir repetidas vezes as cenas do assassino na escola (sobretudo, quando isto é feito somente em busca de valiosos pontos de Ibope), temos de parar de expor a dor e as identidades destas crianças, e de insistir em reavivar a sua dor através do estímulo à recordação constante dos momentos de terror.
Contudo, em meio às entrevistas com psicólogos, durante a reportagem, me aflorou uma memória e uma velha constatação: a dor, o medo e o espanto social, estão começando a ser "espetacularizados", e, com isso, vai se perdendo, uma vez mais (já são tantas) a oportunidade de se colocar em pauta um debate social necessário e que deve ser feito de modo amplo e profundo. Isto sem contar que a emergente discussão acerca do perfil racista da sociedade brasileira micou de vez, e há dois dias ninguém mais fala o que acontece no resto do país.
Se nos lembrarmos que em situações como o Massacre da Candelária, NINGUÉM na mídia ou onde quer que seja (exceto os mesmos alguns defensores de direitos humanos, tão amaldiçoados e execrados pela sociedade "de bem"...) falou em apoio ou atendimento ou atenção às crianças que sobreviveram ao testemunho do massacre, chegamos a ter uma visão de como uns são mais brasileiros e importantes do que outros....e este é um dos principais combustíveis do barril de pólvora em cima do qual estamos sentamos. Não nos esqueçamos que o cara do sequestro ônibus 147 (o Sandro,lembra?), era uma das crianças que sobreviveram ao massacre da Candelária e, obviamente, teve de se virar sozinho com seus fantasmas e traumas (que, certamente, contavam, outros mais, decorrentes de uma vida de exposição à violência e à agressão de todas as formas, praticadas por todos da sociedade).
Na época da Candelária, ninguém foi até lá fazer discursos, não houve entrevistas coletivas do governador e prefeito, policiais não foram heróis (até porque foram policiais que levaram a cabo o massacre das crianças que dormiam debaixo de uma marquise...), ninguém foi até lá amparar as crianças (exceto uma artista plástica, que passou a noite seguinte ao massacre acordada, sozinha, velando o sono das crianças sobreviventes no mesmo local....nem mesmo a polícia estava lá), ninguém falou no dever do Estado ou da sociedade em cuidar destas crianças, ninguém depositou flores ou mensagens ou cruzes no local do crime.
Precisamos, sim, cuidar das crianças que testemunharam esta trágica cena, ocorrida em Realengo. Mas não podemos perpetuar a sensação de que o país só se comove quando certas crianças são mortas (como ocorreu também, por exemplo, nos casos Isabela e Eloá...) e segue indiferente em relação ao massacre de outras.
Assassinatos de crianças a sangue frio, com contornos de execução, com padrão e motivação randômicos, feitos por pessoas dos mais variados perfis psicóticos (de pedófilos e infanticidas a pai, parentes ou agregados violentos), ocorrem, de modo ininterrupto, todos os dias, em muitas cidades brasileiras. A diferença é que as vítimas, muitas vezes, ão vistas pela sociedade em geral como "descartáveis" ou insignificantes, e estes eventos não chegam à mídia.
Como diria Herbert Viana:
"A polícia apresenta suas armas, escudos transparentes, cassetetes, capacetes reluzentes, E a determinação de manter tudo em seu lugar.
O governo apresenta suas armas, discurso reticente, novidade inconsistente, E a liberdade cai por terra aos pés de um filme de Godard.
A cidade apresenta suas armas, Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos, E o espanto está nos olhos de quem vê o grande monstro a se criar.
Os negros apresentam suas armas, as costas marcadas, as mãos calejadas
E a esperteza que só tem quem tá cansado de apanhar".

16 de março de 2011

PRÊMIO SUSTENTABILIDADE 2011

É com imensa satisfação que divulgo aqui a outorga do Prêmio Nacional Sostenibilidad 2011, do governo espanhol, à Associação Andalusa de Direito, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O prêmio, entregue pelo exmo. ministro da presidência do governo espanhol, Ramón Juarégui Atondo, ao presidente da Associação Andalusa de Direito, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Álvaro Sanchez Bravo, constitui, além de uma honraria, o reconhecimento do governo espanhol do importante trabalho levado a cabo pela instituição, no campo da proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável.

Através de apoio a pesquisas, publicação de livros e realização de congressos e outros eventos, focados no desenvolvimento e na difusão da temática jurídica ambiental e de desenvolvimento sustentável, a Associação Andalusa de Direito, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável tem prestado relevante contribuição à sociedade espanhola e também à brasileira, através de convênio com importantes instituições de ensino no país.

Como membro e colaborador da Associação Andalusa de Direito, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, é com muito satisfação e orgulho que divido com vocês a láurea por ela conquistada, a qual, certamente, impõe a continuidade do trabalho e de seu padrão de execelência.

5 de março de 2011

AGORA COM BOA MÚSICA

A partir de hoje, GAIA passa a retransmitir a Rádio Web Underground Lágrima Psicodélica, uma rádio dedicada ao bom e velho rock and roll.
Resolvi adicionar uma boa trilha sonora ao blog.

Abraço a todos.

1 de novembro de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO "CIDADES IMPOSSÍVEIS"

Foi lançado no útlimo dia 27.10, na Casa das Rosas, na Av. Paulçista, o livro Cidades Impossíveis, organizado por Eduardo Bittar e Tarso de Melo.
O livro é uma coletânea de trabalhos lietrários autorais, variadas formas de apreensão literária da experiência pessoal na cidade, textos que trazem inscritas na sua própria constituição as impossibilidades das cidades em que os autores vivem: poemas que resvalam para a prosa, contos que se transmudam em crônicas, crônicas que vazam ensaios e poemas, todos eles investindo em revolver a compreensão das cidades em que vivemos e, no limite, até mesmo em modificar nossa forma de viver.
Editado pela Portal Editora, em cujo site encontra-se disponível para compra, Cidades Impossíveis marca a minha estréia literária.

BRASIL, SEGUNDA-FEIRA, 01.11.2010....

Tenho acompanhado no dia de hoje, pela internet, principalmente pelo Facebook (em função da página de atualização, e não por bisbilhotice), que muitos dos meus contatos, e contatos de meus contatos, sobretudo na faixa entre 18 e 25 anos, têm postado colagens do tipo:


"Parabéns Brasileiros....Hoje dia 31/10/10, garantimos mais quatro anos de José Dirceu, Jader Barbalho, José Genoíno, Sarney, Collor, Marta Suplicy,Cid Gomes e outros ladrões a mais...ou seja...mais 4 anos de corrupção, deficiente educação pública, falta de segurança pública e saúde oferecidas em estado de esmola...parabéns Brasileiros...", ou comentários do tipo: "o povo brasileiro merece a Dilma", "não adianta reclamar, a sapatona já ganhou" e coisas assim (a redação e o português das transcrições foram corrigidos por mim...)

Outros, lamentam-se das mais variadas formas e pelos mais diferentes muxoxos, em relação ao resultado das eleições de domingo.

Bom, em que pese a liberdade de expressão de cada um, e qualidade de louça branca dos nossos ouvidos e olhos - e não deixando de reconhecer que a presidente eleita possui pontos negativos -, fico me perguntando o seguinte:

1) Se "o povo brasileiro merece a Dilma", quem afirma isso não se considera parte do "povo" brasileiro, né? Assim, que apito afinal você toca, cara-pálida? E o que está fazendo aqui?

2) Será que o Ferreira Goulart está certo e, no Brasil, vigora mesmo a máxima de que “Democracia é quando EU mando e ditadura é quando mandam em MIM”, ou seja, democracia só vale, só é legítima e aceita, quando ganha a pessoa em quem EU votei?

3) Collor não foi eleito governador, portanto, não pode ter sido considerado eleito 9 a senador) nesta eleição. Sarney também não disputou esta eleição. Na verdade, esta eleição ele passou entrando e saindo de internações no Hospital e pode ser que seja o próximo a seguir o Tuma. Bem como o Quércia. Jader Barbalho foi barrado pela Ficha Limpa, Maluf também, e mais alguns outros defenestráveis. José Dirceu não possui direitos políticos, não pode ocupar cargo público, nem mesmo comissionado. Quanto à sua suposta atuação nas sombras, vamos e venhamos, quem sabe quem está por detrás (no bom sentido, claro) do Alckmin ou do Serra?

4) Será que, na onda de parecer engraçadinho(a), descolado(a) e um “politizado(a)-chick” você não estaria, na verdade, passando atestado de alienado, repetindo e colando frases de efeito que não são suas e pensamentos vazios, nem você sabe explicar o porque nem o que significa?

5) Cá para nós, prezados descontentes “politizados”, vocês sabem onde fica a associação de moradores do seu bairro? Você se mobiliza para melhorar as condições de ensino (e não de facilidades de aprovação) de sua escola? Você sabe quais são, realmente, seus direitos? E seus deveres? Sua escola/universidade possui centro acadêmico? O que ele tem feito para te representar? Qual é a voz que você possui dentro de sua escola, além da de pagador-calado?



Reflita....

25 de outubro de 2010

A CENSURA AVANÇA, EM PASSOS LENTOS E SILENCIOSOS, MAS FIRMES E DECIDIDOS.

Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo de hoje e divulgada no portal de notícias UOL, aponta que mais três estados brasileiros, a exemplo do estado do Ceará, planejam estabelecer conselhos de comunicação com o objetivo de monitorar a mídia. Como diz a jornalista Elvira Lobato, na Folha, "a criação dos conselhos foi recomendação da Conferência Nacional de Comunicação, realizada no ano passado, por convocação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ceará foi o primeiro a tomar a iniciativa. Na terça-feira, a Assembleia Legislativa do Estado aprovou a criação de um conselho, vinculado à Casa Civil, com a função de 'orientar', 'fiscalizar', 'monitorar' e 'produzir relatórios' sobre a atividade dos meios de comunicação, em suas diversas modalidades. O governo de Alagoas estuda transformar um conselho consultivo - existente desde 2001 e pouco operante- em deliberativo, com poder de decisão semelhante ao aprovado pelo Ceará".
Impressionante!!! Num país de pouquíssima  maturidade e consciência de direitos civis e liberdades públicas - quase nenhuma, na verdade, em função do pouco tempo de prática democrática real ante a esmagadora maioria de vida histórica ditatorial e excludente -, onde o conservadorismo e as tendências autocráticas sempre arranjam pretstos para soltar seus rosnados e mostrar sua sobrevida, falar-se em "orientação", "fiscalização" e "monitoramento" da mídia é, no mínimo, uma piada de péssimo gosto para se maquiar a censura. Ainda mais quando esta iniciativa aflora de modo concreto em estados e regiões onde o controle oligárquico e anti-democrático dos veículos de mídia são notórios (não que em outras regiões mais "abastadas" e "desenvolvidas" do país isto não ocorra...) e onde a exploração da miséria, do analfabetismos e das mazelas sociais são também tão marcantes.
O que mais preocupa é que os que defendem este tipo de idéia, travestidos em roupas de "defensores da sociedade" ou "paladinos dos bons costumes", repetem estratégias já conhecidas de passado não muito remoto ou resolvido.
Stalin, Hitler, Bush, Getúlio, Lacerda, os militares da ditadura, todos, a seu tempo e com seus messiânicos motivos pessoais, propuseram ou efetivaram medidas de controle da mídia e da liberdade de expressão, como que a dizer: "essa democracia já foi longe demais!". E não há diferença: censura é censura em qualquer lugar Ela implica em violação da liberdade pública de expressão, independentemente do eufemismo ou da pintura que se lhe dê.
A oligarquia nacional, o coronelato tradicional e o novo, fantasiado das mais coloridas vestes democráticas (mas, com cceroulas ditatoriais e oligárquicas por debaixo), que tanto criticam regimes ditatoriais notórios (como Cuba, Irã ou Coréia do Norte) e que tanta piada fazem em relação a eles, age de modo idêntico, ao propor e efetivar medidas e organismos de controle da liberdade de expressão.
É preciso lembrar que os principais golpes à cidadania, aos direitos civis e que instauraram os piores regimes sociais da História, não foram erigidos da noite para o dia, ao som de alguns tiros de canhão. Mas, lentamente, passo a passo, como uma aranha a tecer lentamente sua armadilha mortal. Basta que se tenha em mente a construção gradativa, e normativa, do estado nazista (aliás, é assutadoramente curiosa a analogia entre o controle de mídia e de censura na Alemanha nazista e o culto iconoclástico à figura de Hitler e dos valores pregados por ele pela juventude nazista).
Enquanto a sociedade é polarizada por assuntos de despiste ("será que o Tiririca sabe ou não assinar o nome?", "Com quem a atriz tal dormiu ontem?", "A Dilma vai ou não roubar um banco?") as liberdades públicas, a cidadania, vão sendo erodidas, implodidas, limitadas, extintas, passo a passo, violação a violação, capitão Nascimento a capitão Nascimento, exclusão a exclusão. Já não nos incomodamos ou reagimos mais a váriaos absurdos, já não nos sensibilizamos mais com os que são diferentes de nós, pois nos contentamos em pensar que, como não somos iguais aos que estão na mira da chibata, estamos a salvo, pois pertencemos ao grupo dos "iguais". Triste ilusão.
E assim, vamos nos transformando em uma sociedade de desparecidos de nós mesmos, de diferenças a serem eliminadas...

23 de outubro de 2010

RELATÓRIO DA ANISTIA INTERNACIONAL 2010

Como não divulguei na época, acho que ainda vale informar...
O relatório da Anistia Internacional deste ano, traz, além das alarmantes informações sobre as contumazes violação de direitos humanos no Brasil, uma informação a mais: é a primeira vez que ações e obras ligadas ao PAC, program de aceleração do crescimento, são listadas nas denúncias de violações de direitos humanos no país.
O PAC, que desde a sua criação vem sempre acompanhado de críticas e denúncias em relação ao desrespeito da legislação admnistrativa e ambiental (sem contar social), com supressão de procedimentos administrativos obrigatórios, truculência e imposição governamental (lembrem-se do caso do licenciamento prévio das hidrelétricas do rio madeira), dentre outras situações extremamente graves, agora vê emergir á luz denúncias sérias de expulsão de índios, ribeirinhos e comunidades tradicionais de suas terras, ameaças, coação, e outras violações de direitos fundamentais.
Cito um trecho do relatório: "em agosto, os líderes comunitários padre Orlando Gonçalves Barbosa, Isaque Dantas de Souza e Pedro Hamilton Prado receberam uma série de ameaças de morte. Os três estavam sendo vigiados por indivíduos não identificados. Homens armados invadiram a residência do padre Barbosa. Esses fatos aconteceram depois que eles iniciaram uma campanha para suspender a construção de um porto na área do Encontro das Águas, em Manaus, no Amazonas, uma área ecologicamente sensível e que abriga comunidades de pescadores. O desenvolvimento do porto estava sendo financiado pelo PAC. No dia 2 de setembro, o padre Barbosa foi forçado a deixar Manaus para sua própria segurança.
Em outra obra do PAC, o dano é ainda mais grave: pode acabar, com o Encontro das Águas, fenômeno natural único no mundo, responsável pela formação do rio Amazonas.
É que, aprovada a “toque de caixa”, como se costuma dizer, a construção do cais flutuante do porto de Lajes, na área do chamado encontro das águas (entre os rios Negro e Solimões, que origina o rio Amazonas), oferece sério risco de acabar com este fenômeno natural único no mundo, além de afetar a vida de milhares de ribeirinhos.
No dia 11.11.2010, o IPHAN – Instituto do patrimônio Artístico e Natural Nacional informou o tombamento provisório do Encontro das Águas, primeiro passo para o tombamento definitivo, numa tentativa de tentar frear o desatino da construção do porto. A notícia foi veiculada pelo jornal Folha de São Paulo, em sua edição virtual de 11.10.2010.
Nesta mesma matéria, interessante e muito pertinente a comparação do amigo e professor Fernando Dantas, que afirma: “é como se alguém construísse três edifícios de cem andares em frente ao Pão-de-Açúcar no Rio de janeiro”.
O poeta amazonense Thiago de Melo está à frente, juntamente com outros intelectuais, escritores, artistas, e representantes da sociedade civil, de um movimento para denunciar e tentar frear mais este absurdo ambiental e social do país das maravilhas.
Manifesto aqui meu integral repúdio a esta obra, e meu apoio incondicional a Thiago de Melo e ao movimento.